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Fatores Hereditários de Doenças Oculares - Entenda as Condições Genéticas Mais Comuns

Foto do escritor: Alexandre NettoAlexandre Netto



As doenças oculares podem ter causas genéticas, o que significa que a predisposição para desenvolvê-las pode ser herdada dos pais. Conhecer essas condições é importante para o diagnóstico precoce, a prevenção e o tratamento adequado. A seguir, destacam-se as principais doenças oculares de origem hereditária:


1. Glaucoma


O glaucoma é caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que pode danificar o nervo óptico, levando à perda progressiva da visão. O glaucoma de ângulo aberto tem forte influência genética. Pessoas com histórico familiar da doença têm maior risco de desenvolvê-la, especialmente após os 40 anos.


Fatores de risco genético: Histórico familiar de glaucoma, principalmente em parentes de primeiro grau.


Prevenção e tratamento: Monitoramento periódico da pressão ocular e uso de colírios, medicamentos orais ou cirurgias, conforme orientação médica.



2. Retinose Pigmentar


Essa é uma doença hereditária que afeta a retina, causando perda progressiva da visão, especialmente em ambientes de baixa luminosidade (cegueira noturna). Com o tempo, o campo visual se reduz, formando a chamada "visão em túnel".


Fatores de risco genético: Herança autossômica dominante, recessiva ou ligada ao cromossomo X. Pode afetar várias gerações de uma mesma família.


Prevenção e tratamento: Não há cura, mas exames genéticos podem identificar portadores do gene. Óculos de sol e vitaminas antioxidantes podem ajudar a retardar o avanço da doença.



3. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)


Embora a DMRI seja mais associada ao envelhecimento, há um fator genético importante. Pessoas com parentes de primeiro grau diagnosticados com DMRI têm maior risco de desenvolver a doença. A degeneração afeta a mácula, região central da retina, comprometendo a visão central.


Fatores de risco genético: Presença de variantes genéticas nos genes CFH e ARMS2, associados a um maior risco de DMRI.


Prevenção e tratamento: Controle de fatores ambientais (fumo, exposição ao sol) e exames oftalmológicos frequentes. O tratamento pode incluir injeções intravítreas, uso de antioxidantes e terapias a laser.



4. Catarata Congênita


Ao contrário da catarata relacionada ao envelhecimento, a catarata congênita está presente desde o nascimento e pode ter causas genéticas ou ser provocada por infecções durante a gestação (rubéola, toxoplasmose, entre outras).


Fatores de risco genético: Herança autossômica dominante ou recessiva. Mutações genéticas nos genes relacionados ao desenvolvimento do cristalino.


Prevenção e tratamento: Identificação precoce por meio do teste do olhinho (exame neonatal) e cirurgia para remoção do cristalino opaco.



5. Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo


Embora fatores ambientais (uso de telas, leitura próxima) contribuam para o desenvolvimento de erros de refração, a herança genética desempenha papel fundamental. Filhos de pais míopes têm maior probabilidade de desenvolver miopia.


Fatores de risco genético: Múltiplos genes estão associados à miopia e a outros erros refrativos. O risco aumenta significativamente se ambos os pais têm o problema.


Prevenção e tratamento: Controle do tempo de uso de telas em crianças e monitoramento oftalmológico regular. O tratamento inclui óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa.


6. Albinismo Ocular


O albinismo ocular é uma condição genética rara que afeta a produção de melanina, resultando em alterações na retina e no nervo óptico. Pessoas com albinismo ocular apresentam baixa acuidade visual, sensibilidade à luz (fotofobia) e nistagmo (movimento involuntário dos olhos).


Fatores de risco genético: Mutação nos genes associados à produção de melanina, como o gene TYR. A herança geralmente é autossômica recessiva.


Prevenção e tratamento: Não há cura, mas o uso de óculos escuros, lentes corretivas e adaptações no ambiente de estudo e trabalho ajudam na qualidade de vida.



7. Doença de Stargardt


A doença de Stargardt é uma distrofia hereditária da mácula que afeta jovens e adultos. Causa perda progressiva da visão central devido ao acúmulo de lipofuscina (uma substância tóxica) na retina.


Fatores de risco genético: Herança autossômica recessiva associada a mutações no gene ABCA4.


Prevenção e tratamento: O diagnóstico precoce pode ajudar na adaptação à perda de visão. Óculos de sol e filtros de proteção UV podem reduzir a progressão da doença.



8. Aniridia


A aniridia é uma condição genética rara caracterizada pela ausência total ou parcial da íris, o que afeta a entrada de luz no olho e compromete a visão. Pode estar associada a outros problemas oculares, como glaucoma e catarata.


Fatores de risco genético: Mutações no gene PAX6, com herança autossômica dominante.


Prevenção e tratamento: Monitoramento precoce por um oftalmologista. Podem ser usados óculos escuros, lentes de contato especiais e cirurgias corretivas para tratar complicações.


9. Daltonismo (Deficiência de Percepção de Cores)


O daltonismo é uma deficiência genética que afeta a percepção de cores, especialmente as cores vermelho e verde. Essa condição é mais comum em homens devido à herança ligada ao cromossomo X.


Fatores de risco genético: Mutações nos genes relacionados aos cones (células sensoriais da retina) localizados no cromossomo X.


Prevenção e tratamento: Não há cura, mas aplicativos e óculos específicos podem ajudar a distinguir cores.



Importância do Diagnóstico Genético


O diagnóstico genético tem se tornado uma ferramenta essencial para identificar mutações associadas a doenças oculares hereditárias. Testes genéticos permitem:


Prevenção: Identificação de indivíduos com risco de desenvolver doenças.


Aconselhamento genético: Orientação para famílias que desejam ter filhos.


Tratamento personalizado: Definição de estratégias de tratamento personalizadas para cada paciente.




Conclusão


Fatores hereditários desempenham um papel significativo no desenvolvimento de diversas doenças oculares. O histórico familiar deve ser levado em consideração nas consultas oftalmológicas, especialmente em doenças como glaucoma, retinose pigmentar e degeneração macular. O diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo podem prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.


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